NOCAUTE

Friday 5 March 2010

ESCURA É A CAMURÇA QUE CEIFA

Eles continuam dando sinais que, por uns e outras, são interpretados como provas da iminente invasão, destinada a nos dominar ou – rátátátátátá... – dizimar. A primeira opção explica a perturbação e os esforços do Tio Sam em colocar suas forças de segurança como guardiães das evidências. O império manobra, evidentemente, no sentido de não perder a hegemonia para os extraterrestres, utilizando no ludibrio a farfúncia de escritores de ficção científica, cronistas imprudentes, pesquisadores de segunda linha, caçadores empedernidos de OVNIs e, principalmente, os meios de comunicação. Entre os últimos, destacam-se a televisão, a Internet e o cinema, este, em particular, com suas obras dedicadas ao assunto, nos mais diversos gêneros, disseminando falsas pistas. Um dos mais notáveis exemplos dessas pegadinhas está em obras do Spielberg, nas quais o invasor tem cara de retardado com sérios distúrbios afetivos. Fitas que mostram seres com olhos que são globos dançantes de ternura, implantados na cratera craniana protegida por um ovo transparente de acrílico, quando nós desconfiamos com quase certeza de que os extraterrestres têm olhos puxados e rosto de pizza brotinho.

A preocupação com a possibilidade de perda do poder terrestre, no entanto, eclipsa o verdadeiro perigo que nos ronda, ou seja, a eliminação da espécie humana, da Terra e da Estação Espacial Internacional, de modo a não sobrar vestígio da nossa existência. A ordem seria; primeiro, os Estados Unidos, depois, o Brasil, no final, a China e o resto.Este é o grande projeto que, verdade seja dita, nos foi ventilado por Tim Burton em seu filme Marte Ataca, uma comédia, que pouca gente levou a sério, reveladora do diabólico plano. Sem motivo não é que os ETs abduzem Nathalie Lake, apresentadora de programa de moda na tevê, seu cão Poppy e o cientista Donald Kessler, presidente da Academia Americana de Astronáutica, com o intuito de estudar o ser humano e seu melhor amigo, implantando a cabeça de Nathalie no corpo do chihuahua e vice-versa. A carcaça do cientista é desmembrada para a investigação, justamente a dele, que fantasia os marcianos vivendo no subsolo do seu planeta, onde desenvolveram uma tecnologia espetacular que os torna pacíficos. Aliás, algo que entra em contradição com o espírito belicoso do império, atualmente apoiado na mais avançada tecnologia. Pois bem, pessoinhas, tudo isso vem a propósito das notícias sobre o que vem ocorrendo, desde dezembro passado, no Parque Estrela Dalva, município de Luziânia. Dali, nas proximidades de Brasília, seis jovens desapareceram.

A polícia investiga nas linhas que levam ao aliciamento para prostituição ou trabalho escravo, deixando de lado a hipótese de abdução. Esta terceira via, contudo, não deveria ser descartada. Corre, à boca pequena, nas gretas do nosso poder central, a informação de que os marcianos teriam um plano de desembarque na Praça dos Três Poderes, com a intenção de abduzir jovens filhos de poderosos para estudar seus cérebros e descobrir como se dá a transmissão hereditária da dominação em nosso país. A pergunta, sem resposta, que se faz é: como, então, os extraterrestres foram pousar em Luziânia, raptando amostras diferentes das programadas? O GPS do disco voador pifou? Faltou combustível? Santa Luzia, será que confundiram o Rego das Cabaças com o Lago Paranoá? A Prefeitura de Luziânia com o Congresso? Mistérios, mistérios, que precisam ser destrinchados antes que eles descubram que pegaram os jovens errados e partam, furiosos, para o ataque final. Anotem e pensem, pessoinhas, na frase do embaixador de Marte, inhoc inhoc, no filme, que aí vai como alerta: escura é a camurça que ceifa.

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