NOCAUTE

Tuesday 24 August 2010

AI! CAI NA URNA

Declarou Guerra
Cacique pernambucano
Na convenção da tribo
Para ungir o escolhido:
Exclua-se FHC
Ele cá não é bem-vindo
Fique cuidando do neto
Vá passear na Espanha
Visite o Magic Kingdom
Estique até Washington
Faça foto com a Clinton.
O partido que é firme
Acha dura a decisão
Reúne-se ao pé de Serra
Revoga a orientação
Abre a porta ao tucano
Que entra feito um leão
Inflamando os discursos
Aécio vira Catão
Para a mídia um deleite
Artigo de ocasião
Mas eis que vem a campanha
Na máquina de fazer doido
Onde o ex-mandatário não cabe
Não se encaixa nem a pau
E pra piorar a coisa
A pesquisa já indica
Toda vez que sai do muro
Serra sempre cai na dita
Se correr a Dilma pega
Se ficar a Dilma come
E assim este Zé encerra
Sua prosa e toma o bonde

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NOCAUTE

Monday 23 August 2010

A PESCA AOS PEIXES-LETRAS

Sutil como um rinoceronte no palco, assustado com a plateia, a capa daquela revista, cujo nome nem deve ser pronunciado, mas encontrava-se em destacada exposição nas bancas para que qualquer mortal a visse, semana passada, enfim, como ia mencionando ao ser mal educadamente por mim mesmo obstruído, a capa fez campanha para o candidato José Serra, do PSDB do FHC, e Marina Silva, a Verde, apelando para um tipo de humor que não possui. Destrincho, começando pelo título – A pesca dos indecisos - que revela descuidos imperdoáveis a uma publicação que se arvora em representante da elite bem deformada, digo, informada. Como sou levado a crer que a última Reforma Ortográfica não tornou facultativo o uso da crase, só encontro explicação para sua ausência no fato de que o posicionamento do acento tende pra esquerda, em inclinação que conflita frontalmente com a linha editorial da hebdomadária, ostensivamente puxada para a direita. 

Porém, e sempre há um segundo o Plínio Marcos, releve-se tal interpretação, maldosa como piada contra sogra, centrando fogo no uso da combinação da preposição ‘de’ com o artigo ‘o’, quando lá deveria estar a preposição ‘a’ no lugar daquela outra, de modo a fornecer aos três atores em cena a justificativa para o lançamento dos seus anzóis sobre as letras garrafais que formam a frase que representa a massa que ainda não sabe qual das iscas abocanhar, antes de ir pro puçá, digo, urna. E, para encerrar esse capítulo explicitamente linguístico, ressalta-se a linguagem machista utilizada, própria de clube de pescadores que exclui, à ala feminina, a graça da piada, como se não existisse maneira de reunir pregos e arruelas no mesmo balaio. Mas, como prosaicamente sói acontecer, os reis da maça continuam firmes em não abrir mão de sua linguagem concebida na caverna pré-histórica. 

Agora, em relação ao desenho inanimado, o que é que há, velhinho? ou, na mais pura subserviência em moda, what’s up, doc? A doce mensagem encomendada ao artista de plantão traz as três figuras candidatas com supostas chances de subir a famosa rampa e governar o reino durante quatro anos. Dilma Rousseff aparece, à esquerda, dependurada no seu anzol, vestidinha em vermelho – aquele sapatinho é de tirar o chapéu – com olhos disparatadamente deformados, retratados como pratos ovais à espera do banquete cuja ‘pièce de résistance’ só poderia ser calamares ‘en su tinta’. Olhos? Aparentemente inspirados nos de uma lula-colossal, aquela que possui os maiores do reino animal. Cabelos? Como alguém que se encontra, não em uma pescaria, mas despencando no interior do elevador mal-assombrado da Disneylândia, um susto e tanto. Peixe-letra? Coitada, não consegue pegar unzinho sequer. 

No centro, meio de perfil, planta-se José Serra com aquele jeito inocente e desprendido de quem se dedica ao bem dos pobres e oprimidos como um frade dominicano. Em campanha que parece dizer aos brasileiros e eiras que, tendo saúde, a população nem precisa se alimentar, o candidato Serra pesca metido num terninho escuro, enfeitado por uma gravatinha vermelha – alguma coisa ele há de conservar do seu passado de lutas - e consegue fisgar um peixe-letra, o ‘c’ – classe? - dos indecisos. Serra ainda estica a mão direita, dispensando o anzol, para capturar um ‘i’. À direita, Marina, metida em seu ‘tailleur’ verdinho como um cipreste natalino. Uma doçura morena de olhos fechadinhos, possivelmente sonhando com outros peixes-letras além do ‘o’ já arrepanhado entre os indecisos que Serra ainda não conseguiu.


Uma capa à direita que se arvora em uma sacada e tanto, mas que não vai além do repetitivo trivial, no intuito mostrar uma bobagem ao milhão e pouco de cabeças já feitas, que a recebem como assinantes, e àquelas que compram, semanalmente, como uma espécie de reforço pavloviano à pugna contra o inelutável, afinal, Dilma parece que tem conseguido pescar mais peixes-letras que os dois juntos.

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NOCAUTE

Tuesday 17 August 2010

COTIDIANO 2010
(con permiso del poeta)

Hay Días qué so sé lo que es Álvaro
Y mucho menos el Índio da Costa
Ayunto PSDB con lo DEM
Y acabo discutiendo lo PSOL

Pero no hay nada no
Tengo mi violón

Despierto en la mañana, pan con Mantega
Y mucha mucha sangre en los periódicos
La chiquillería entonces llega
Yo pienso que Marina es natural

Pero…

Después hago la loto con la diosa
Dios quiera nuestro día hay de llegar
Y sonrío porqué Serra no lo consigue
A mí nada me Costa imaginar

Pero…

A los sábados en mi casa me emborracho
Y sueño soluciones sensacionales
Pero cuándo viene el sueño la noche matase de risa
Y el Día cuenta siempre el cuento igual

Pero…

A veces quiero creer, pero no lo consigo
Es todo una total insensatez
Ahí pregunto Dios: ‘Escucha, amigo,
Se fue para deshacer por qué lo ha hecho?’

Pero…

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NOCAUTE

Monday 9 August 2010

UM DESASTRE ECONÔMICO E AMBIENTAL

Está na BBC, no seguinte endereço, relatado por Tom Feilden:

http://www.bbc.co.uk/radio4/today/reports/archive/science_nature/gm_us.shtml

O título original é ‘Aprendendo com as lições da América’, para uma matéria que nos informa que as culturas geneticamente modificadas têm-se mostrado, nos Estados Unidos e Canadá, um desastre econômico e ambiental. O veredito encontra-se em um novo relatório sobre o impacto da soja transgênica, milho e sementes de colza para óleo, publicado pela Associação do Solo. Isto afeta a conta da economia norte-americana em 12 bilhões de dólares, com as perdas em exportações, preços baixos, crescentes subsídios agrícolas e danos ambientais. O relatório levanta importantes questões sobre as promessas feitas pela biotecnologia.

O documento, ‘Sementes e Dúvidas’, da Associação do Solo pinta um quadro desanimador quanto aos lucros, baixos rendimentos, perda de mercados de exportação, crescente dependência de herbicidas, larga contaminação de culturas não-geneticamente modificadas e uma proliferação de processos judiciais. Talvez o maior problema encontrado pela Associação do Solo seja a contaminação de culturas orgânicas, como canola e sementes de colza, provocadas pelas variedades transgênicas.

Uma decisão sobre onde devem ser permitidos plantios comerciais transgênicos, no Reino Unido, será tomada no próximo ano. Com a agricultura ainda atolada na crise econômica, muitos produtores esperam que a biotecnologia ofereça um caminho para sair do buraco. As lições tiradas desse relatório mostram que um futuro geneticamente modificado pode não ser tão auspicioso, afinal.

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