NOCAUTE

Friday 26 February 2010

NA BATATA DA PERNA

Deitado preguiçosamente em berço esplêndido, ao som do de pilhas, feito em Taiwan, sintonizado na rádio Jovem Pan, não é que surge uma voz feminina encharcada de dióxido de carbono e despeja: a Morato apresenta problemas para os motoristas, por causa de uma colisão envolvendo um automóvel e, acredite, um poste. De imediato, foi acionada a redação do Ih!Bofe – Instituto de Levantamentos Serôdios - e o repórter Guilherme Pégasus partiu para entrevistar as partes. Ao adentrar na área do evento, constatou a ausência do motorista do sobre rodas, que fora conduzido a um hospital nas proximidades. Como a jornalista da rádio também já se pirulitara, à procura de novos congestionamentos, Pégasus conseguiu um pingue-pongue exclusivo com o ferido que permaneceu no local, o poste, enxertado com fotos do mesmo. Siga.

GP – Em que horário deu-se o fato?
Poste – Eu calculo em cerca de duas horas depois que apaguei a luz para dormir.
GP – Sete e uns quebrados?
Poste – Por aí.
GP – Se estava dormindo, nada percebeu?
Poste – Eu acordei com o impacto na batata da perna.
GP – Dispensou atendimento médico?
Poste – Faltou-me energia para ir ao hospital.
GP – Chegou a vergar?
Poste – Não, por um fio.
GP – Quem atendeu a ocorrência?
Poste – Dois marronzinhos negros.
GP – Foi lavrado um B.O.?Poste – Não.
GP – No seu entender, a culpa foi do motorista?
Poste – Um repórter dito especial não deveria perguntar esse tipo de obviedade.
GP – Os guardas não implicaram por seu estacionamento na calçada?
Poste – Eu tenho licença especial da prefeitura para isso.
GP – Preocupa-o a possibilidade de ser processado?Poste – Tenho testemunhas que podem confirmar minha inocência.
GP – Posso entrevistá-las?Poste – Sem precipitação, meu caro, deixe as águas rolar.
GP – Foi a primeira vez que tal coisa lhe aconteceu?
Poste – Decerto. Espero que não se repita.
GP – Está com medo?Poste – E quem não, com esses ônibus e SUVs em velocidades criminosas aqui na Chiquinho. GP, meu caro, que eu saiba, em Interlagos.
GP – Mesmo sob os vigilantes radares?
Poste – Manjados, você quer dizer?
GP – Posso tirar uma foto?Poste – À vontade, desde que enquadre da metade pra cima, região onde conservo certa elegância, e abaixo daquela trava, cujo formato me constrange.

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Monday 22 February 2010

AH! IBRAHIM, IBRAHIM!
Por Berenice Auletes

Lembram do Ibrahim Sued? Era um colunista social típico, dos tempos em que coluna social era repleta de boas 'pérolas' e asneiras variadas, para divertimento de quem queria fazer uma breve pausa na leitura de coisas mais graves, passando 'de leve' pelo panorama geral do 'high society'. Era o tempo da 'jeunesse dorée', dos 'playboys', etc. É triste, caros leitores, mas doa a quem doer temos que admitir que hoje em dia já não se faz mais coluna social como antigamente. É verdade que as outras páginas da nossa imprensa, aquelas ditas sérias, disputam a tapas a oportunidade de publicar todo tipo de abobrinha, acirrando a concorrência, e as colunas sociais, por sua vez, resolveram
ser 'políticas', 'econômicas', 'culturais', etc, substituindo a fofoca descarada e a alegre divulgação das festinhas do 'grand monde' pela pose de entendidos em assuntos variados. Como não é todo dia que aparece um Zózimo, aquele sim com gabarito pra transformar nota social em futrica política das boas, o resultado é uma grande chatice: as tais colunas perderam a graça, o charme e o 'veneno'.

O que salva é que, quase sempre, como não dá pra manter a pele de leão bem esticada por cima do burro, do carneiro ou seja lá qual for o animal por baixo do disfarce, pipocam algumas boas recaídas dos 'cronistas mundanos', como bem os classificava o brilhante Stanislaw Ponte Preta. A mais recente dessas recaídas nos garantiu boas gargalhadas.

Está lá, no Estadão do dia 19 de fevereiro de 2010, em pleno Caderno 2, na coluna Direto da Fonte, perpetrada a várias mãos sob a batuta da coleguinha Sonia Racy (que antigamente assinava coluna 'econômica' no mesmo jornalão mas, de repente, resolveu virar cronista mundana, sabe-se lá os motivos). Enfim, está lá, sob o criativo título Pole Position, a seguinte informação: 'Quem quiser assistir ao GP do Brasil precisa acelerar. A prova marcada para 7 de novembro em Interlagos já está com 70 por cento (cronista mundano não usa aquele sinalzinho %, deve achar esquisito) dos ingressos vendidos'....

Mas a pérola vem no parágrafo seguinte: '...Há preços para todos os tipos de bolsos - de R$ 575 até R$ 8 mil, em camarotes...!

Não é bacaninha? Quer dizer então que o Brasil hoje não só é um BRIC como já pode ser considerado um ex-emergente, deixando pra trás todas as demais economias globalizadas, dos Emirados Árabes à Dinamarca. Afinal de contas, se é para 'todos os tipos de bolsos' e começa em R$ 575, devemos estar com um PIB per capita monstruoso. Trocada em miúdos, a informação significa que o brasileiro mais durango de todos, inclusive o desempregado e aquele que se equilibra na beira de alguns bicos, pode, na boa, gastar 575 reaizinhos só pra garantir o seu lugar num camarote no GP de Interlagos! E a coluna nem se abala em mencionar se há uma coisa chamada ingressos para arquibancada, por exemplo. Pra quê? Se o preço é acessível a 'todos os tipos de bolsos', em camarotes, quem vai querer ficar torrando sob o sol das arquibancadas?

É ou não é de dar inveja ao Sarkozy e à rainha Elizabeth? O Ibrahim adoraria viver num país como esse da Sonia Racy!!!!!

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Friday 19 February 2010

BORBOLETEANDO

Caladas, as duas criaturinhas estavam sentadas na calçada de miracemas, que emoldura o chalé de tijolinhos, observando as borboletas no seu vaivém sobre as flores. O canto derramado de uma cigarra, pousada num dos mais altos galhos do manacá florido, as inspirou a conversar.

- Elas gostam mais das lantaninhas amarelinhas, você não acha?
- Acho não! É só fazer as contas de quantas visitam as lantaninhas e de quantas passam lá na minha violeteira. As suas perdem de dez a zero.
- Pode ser. Mas, aquela enorme, preta e amarela, que parece um triângulo voador com frio na barriga, vale por mil e ainda não beijou a sua violeteira.
- Ah, é assim? Então, me diga se já viu algum rola-bosta nas lantaninhas.
- Deus me livre! Besouro nojento.
- Você fala assim por causa do nome, se eu houvesse dito escaravelho aposto que ia dizer que já viu muitos nas suas flores.
- Mesmo escaravelho eu não queria por perto, porque ninguém chama rola-bosta assim, e eu prefiro, no lugar dele, as abelhinhas que fazem mel pra adoçar o leite e a banana com aveia pra gente no café da manhã.
- Grande vantagem, elas também dão beijos nas minhas flores roxinhas.
- Isso é verdade.
- Agora, tem uma coisa que nunca passa nas suas lantaninhas.
- E por quê?
- Despreza flores rasteiras.
- Essa coisa deve ter nome.
- E tem.
- E qual que é?
- Adivinha?
- Sua imaginação não pode ser, porque, mais que rasteira, é rastejante.
- Vou fazer de conta que não ouvi e, de lambuja, dou mais duas chances.
- Acho que você quer inventar alguma história só pra ganhar de mim.
- Juro que isso não passa no meu quengo.
- Então, diz logo.
- E se eu quiser cozinhar o galo?
- Se for muito velho, vou embora, pronto.
- É não.
- E por que não fala de uma vez?
- Quero lhe dar mais duas chances de perder lutando.
- É uma coisa maravilhosa?
- É.
- Tem asas?
- Esquentou.
- Colibri?
- Ele mesmo. Acertou e perdeu. Como prêmio de consolação, você receberá em suas lantaninhas um rebanho de formigas cortadeiras. Agora, vamos colher pitangas.

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NOCAUTE

Thursday 18 February 2010

MULAS ELETRÔNICAS

Tenho enorme dificuldade para responder, na lata, às baixarias que recebo como um tabefe na cara. Inclusive, embora ainda não haja feito uma merecida avaliação, desconfio de que, quanto mais baixo, o golpe, mais demorada a reação. Essa abertura vem a propósito de um certo procedimento que vem sendo vigorosamente retomado, visto que foi uma constante durante todo o governo Lula, por pessoas amigas na Internet. Refiro-me às mensagens criadas, imagino, por centrais de difusão de lixo mental, que passam a circular na rede usando as pessoas no papel de mulas eletrônicas. Representação que não me surpreenderia se concebida sob inspiração das chamadas mulas que o tráfico internacional utiliza para espalhar suas drogas e misérias, em larga escala, no mercado mundial.


Eleitor do PT desde longa data, tendo ido às ruas na campanha de Lula contra Collor e comemorado a vitória do Picilóvi na Avenida Paulista, sou um excelente alvo para as estocadas dessas mulas reacionárias que a si arrogam o apanágio da inteligência universal. Assim, dia após dia, noite após noite, abro a caixa de entrada do correio eletrônico e lá estão as revelações deixadas pelas mulas eletrônicas. No contexto, nunca é demais lembrar aquela capa, publicada pela revista VEJA, espécie de Bíblia das mulas, estampando um pé na bunda do presidente escolhido pela maioria dos brasileiros e eiras. Em geral, as mulas eletrônicas investem contra o presidente Lula, apresentando-o como um chefe de quadrilha formada pelos maiores ladrões que o país jamais conheceu. Dona Marisa, esposa do presidente, surge como analfabeta e inútil à nação, como se a tal primeira-dama houvesse recebido votos que a obrigassem a ter um papel político proeminente no governo. As imagens do presidente Lula da Silva e sua esposa, dona Marisa Letícia Lula da Silva, brasileiríssimamente vestidos de caipiras, continuam rodando na rede, achincalhados por não possuírem a nobreza das famílias reais europeias. Há mais, coisas muito mais vis, muito mais, também divulgadas em páginas e blogs da Internet, que jogam sordidamente com a intimidade de quem ao nosso país governa, mas fiquemos com os exemplos citados, pois são suficientes para denunciar o caráter das mulas.

As mulas eletrônicas, assim como as mulas do tráfico de drogas, têm lá, evidentemente, seu papel. As primeiras carregam o produto no cérebro, enquanto as dos traficantes ainda não conseguiram chegar a tal requinte e apelam para expedientes mais prosaicos, transportando a droga em fundos falsos de objetos, recheando alimentos, impregnando materiais. No máximo, no organismo humano, acomodam cápsulas no estômago. As mulas eletrônicas nada recebem, para cumprir sua missãozinha asquerosa, além de um conforto íntimo, enquanto as mulas do tráfico são recompensadas, muitas vezes até generosamente, pelo capital, sempre sujo. Com suas mensagens suspeitas, as mulas eletrônicas devem achar que são capazes de viciar opiniões, quando comumente conseguem apenas torná-las mais sólidas em suas convicções, enquanto as mulas do negócio clandestino realmente ajudam a tornar pessoas dependentes químicos das substâncias que traficam. As mulas eletrônicas perdem tempo, assim como as mulas traficantes, pelo menos comigo.

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Friday 12 February 2010

MELHOR NÃO RETALIAR

Mais enrolada que algodão-doce no palito, a pendenga sobre o algodão brasileiro chega a um desfecho, na OMC, com vitória do nosso produtor. Até que enfim, as ações predatórias do Tio Sam, sobre a nossa fibra, foram estancadas por um organismo criado sob os auspícios do predador. Pombas, o governo Lula Picilóvi não é mesmo de brincadeira, pois parece chuteira de beque de várzea, para quem, do pescoço para baixo, tudo é canela. Olê, olê, olá, Lula, Lula! Espere um momento: who the hell these third world business men think they are? Deve ter-se perguntado, atônito, um dos derrotados, secundado por sua mulher aos gritos – no way, no way! -, perguntando o que será da festa de aniversário da filhinha do casal depois de semelhante sangria financeira nesse mundo em crise. Como um touro indomável, o encostado na parede saca o telefone do gancho e mete o dedo na ferida, digo, nas teclas, ligando para a Embaixada dos Estados Unidos, no Brasil. Falou em inglês, mas eu traduzo para facilitar o andamento.

- Pombas, o que esses deslumbrados de meia tigela pensam que são? Avisa aí, avisa aí pra parar com essa pretensão, senão, posso invadir essa selva com os garotos e tomar conta de tudo, como fizemos com o México, Nicarágua, Cuba – não se esqueçam do general Wood -, Panamá, República Dominicana, Guatemala, em 54, e nossa intervenção aí mesmo em 1964.

Ainda não se sabe quem atendeu o telefonema, mas que o embaixador foi avisado, ah, isso foi. Educado como uma rainha, mister... mister... não me vem, embora saiba que o sobrenome tem a ver com o nome do filho de Bruce Lee, pois bem, o recém-chegado ao Brasil traduziu o recado com uma frase prenhe de significados: melhor não retaliar. Há, por exemplo, quem tenha saído, na imprensa modorrenta, vociferando que a sentença é uma séria advertência antes de uma possível invasão do exército norte-americano, que desembarcaria suas tropas em Natal e viria descendo até o Ano Novo. Mais ainda: depois do Irã, seremos nós a bola da vez. Analistas descobriram que nas entrelinhas esconde-se a idéia de que colocar algodão na fogueira da atual crise, enfrentada pelos sobrinhos do Tio Sam, só vai aumentar as chamas no império. Nada que se compare a um barril de petróleo do Iraque, mas, com o Pré-Sal por aí, nunca se sabe o que pode acontecer.

Se você considera tudo isso meio paranóico, que os negócios podem ser resolvidos pacífica e civilizadamente, saiba que há milhares de casos na história que mostram exatamente o contrário. Para ilustrar como as coisas funcionam, eis uma piadinha dos tempos em que Cuba era disputada entre os Estados Unidos e a Espanha, contada pelo mestre Nelson Werneck Sodré. Diz-se que o magnata da imprensa WR Hearst enviou um escritor e um ilustrador para cobrir a guerra a ser deflagrada naquela ilha. Ao verificar que tudo estava em completa tranquilidade e louco pra retornar ao lar, o ilustrador enviou um telegrama, a Hearst, nos seguintes termos: aqui tudo calmo, não haverá guerra, desejo voltar. O magnata respondeu assim: favor permanecer aí, você fornece as ilustrações, eu forneço a guerra.

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Wednesday 10 February 2010

O NOME DO CÃO

- Oi, Mel, adivinha o que achei na rua e está aqui no escritório comigo?
- Você sempre me trata de Alda, que história é essa de Mel?
- Deu-me vontade de variar, inspirado no seu nome, meu bem.
- Meu nome é Esme, não melralda, sabia?
- Amô, seu humô, não colô.
- Desembucha de uma vez, que é que você tirou da sarjeta?
- Faça um esforço.
- Um elefante.
- Amô, seu humô voltô, mas ainda não grudô.
- Já se despediu novamente, fala logo.
- Você tem mais duas chances.
- Um apito do guarda de trânsito ou um cabo de guarda-chuva.
- Errou feio, pois se trata de um cachorrinho, Mel.
- O quê? Repete.
- Um bichinho sobre patas que emite um som parecido com au, au, au...
- Você só pode estar brincando comigo.
- Verdade, Mel.
- Pare de me chamar de Mel, não gosto disso, e vê se arranja, o quanto antes, alguém pra ficar com essa coisa aí.
- Não fala assim dele, que já tirei uma foto e lhe enviei, para escolhermos um nome. Você está na frente do computador?
- Estou, mas não vou olhar.
- Alda!
- Está bem, Matias, mas vá pensando no descarte.
- Alda?
- Ele é feio que dói, mas tão maltratadinho.
- Abandonado, Alda, mas a gente cuida e vai ficar lindinho.
- Qual seria o nome original do coitado?
- Alda, ele mal sabe latir, imagine falar.
- Seu grosso, espero que use os dentes contra você.
- Alda, eu penso em chamá-lo de Mania.
- Mania? Que horror!
- Sugira.
- Acho que tem cara de Biscoito ou Bolacha.
- Você não está mesmo a fim de colaborar, não é? Isso é nome que se dê.
- Está bem, Algodão.
- Por quê?
- Por esse tufo branco que tem na testa.
- Bem pensado, mas insisto com Mania.
- Ah, é, e por que motivo?
- Sinto que vivendo conosco vai adquirir significado.
- Você está insinuando algo que não consigo captar?
- Ao chegar em casa, conversamos sobre isso. Preciso desligar, o Mania está fazendo xixi no carpete, Mania, Mania! Droga, Alda, socorro, você não imagina o que ele resolveu aprontar agora...
- Cocô?
- Alda, me ajuda, ele está roendo o cabo de energia do computador!
- Converse com ele, diga que estou chegando, que é de pequenino que torço o pepino.
- Ufa, desistiu. Alda, veio roer o bico do meu sapato. Sai pra lá, Mania.
- Ainda não o conheço pessoalmente, mas já comecei a simpatizar com esse Mania.
- Está bem, Alda, vê se sai pra comprar ração pra filhote. Mania, para, Mania! Alda, depois eu conto, tenho que desligar. Tchau!

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Tuesday 9 February 2010

SIRIRI NO FBI

Pelo visto, baixou siriri boi brabo no currá do FBI. O outrora respeitado FBI, o tal Federal Bureau of Investigation, colocado nos trilhos por Hoover, quem diria, aderiu às brincadeiras que a molecada adora fazer na Internet – e nas barbas de Obama. Na falta de quefazer, a rapaziada resolveu brincar com fotomontagem, transformando a imagem do senhor Gaspar Llamazares – político, escritor, poeta, dramaturgo, filósofo, botânico e armador espanhol – num Osama bin Laden, muito mal-arrumado, por sinal, numa demonstração de que o extraordinário órgão de Obama precisa urgentemente fazer algum curso de tratamento de imagens. Para consertar a carga-d’água, escolheram um dos seus representantes, com jeito pra carteiro, pra levar uma carta à embaixada dos Estados Unidos contendo um pedido de desculpas assinado pelo senhor Christian Hassell, diretor adjunto do FBI. Os termos, que importam, entre imaginárias aspas: lamento esse evento infeliz, qualquer publicidade indesejada e consequências pessoais eventualmente causadas.

O FBI garante que qualquer associação entre a imagem de Llamazares e a de Bin Laden não foi absolutamente intencional. Boata-se que diz a verdade, pois foram feitas outras tentativas até chegarem à gracinha. Com Hugo Chávez - as bochechas não combinaram -, Lula – a barba não casou -, Ronaldinho Gaúcho – bin Laden não usa pente de metralhadora na boca -, George Bush – a caricatura feita por Stegun já esgotara todas as possibilidades efebêienses-, Fidel Castro – hesitação, por não saber se colocavam um charuto ou uma banana de dinamite na boca -, Ariel Sharon – as granadas, no lugar dos olhos, até que caíram bem, mas o troço foi rejeitado por causa do sensual nariz de míssel -, Stephen Hawking – tempo perdido -, Bento XVI – o olhar não se ajustou às orelhas -, Elvis Presley – avacalhação demais, mesmo pro FBI -, Oscar Niemeyer – o sobrolho se revelou muito estranho -, Mahmoud Ahmanejad – a proposta melhorou, mas ainda longe andava da perfeição, quando...

O desespero começara a atacar o grupo reunido para a criação de besteiras, durante o expediente, quando entrou no recinto um recém-promovido assistente da diretoria do Departamento de Desenvolvimento de Sistemas de Tecnologia da Informação, figura que é uma caricatura, sem tirar nem pôr, que mistura as caras de Tom Hanks e do ultracanastrão Tom Cruise. Note que vendo o peixe conforme comprado de um espião da CIA, infiltrado no monitor em que as imagens vinham sendo cristalizadas. O sagaz representante da CIA, agência de segurança do Tio Sam especializada em atividades de contra-informação e golpes de estado em países que falem inglês pior do que os norte-americanos, enfim, o ispai da CIA revelou em relatório secreto paca como os homens do FBI se decidiram por bin Laden. O neo vociferou, no meio do salão: pombas, eu desesperado para fazer um retrato falado atual do homem mais procurado do planeta e vocês aí brincando com essa titica! Um dos melhores detetives da equipe girou o pescoço de nelore, acompanhado pela cabeça idem da raça, e perguntou: pode-se saber o nome do bandido? Bin Laden, sua besta, descarregou o neoassistente, abrindo em seguida uma pasta de onde retirou o fruto da manipulação com a foto do Gaspar, que passou a circular na rede. Pronto, deu cu-de-boi no FBI.

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SIRIRI NO FBI


Pelo visto, baixou siriri boi brabo no currá do FBI. O outrora respeitado FBI, o tal Federal Bureau of Investigation, colocado nos trilhos por Hoover, quem diria, aderiu às brincadeiras que a molecada adora fazer na Internet – e nas barbas de Obama. Na falta de quefazer, a rapaziada resolveu brincar com fotomontagem, transformando a imagem do senhor Gaspar Llamazares – político, escritor, poeta, dramaturgo, filósofo, botânico e armador espanhol – num Osama bin Laden, muito mal-arrumado, por sinal, numa demonstração de que o extraordinário órgão de Obama precisa urgentemente fazer algum curso de tratamento de imagens. Para consertar a carga-d’água, escolheram um dos seus representantes, com jeito pra carteiro, pra levar uma carta à embaixada dos Estados Unidos contendo um pedido de desculpas assinado pelo senhor Christian Hassell, diretor adjunto do FBI. Os termos, que importam, entre imaginárias aspas: lamento esse evento infeliz, qualquer publicidade indesejada e consequências pessoais eventualmente causadas.


O FBI garante que qualquer associação entre a imagem de Llamazares e a de Bin Laden não foi absolutamente intencional. Boata-se que dizem a verdade, pois foram feitas outras tentativas até chegarem à gracinha. Com Hugo Chávez - as bochechas não combinaram -, Lula – a barba não casou -, Ronaldinho Gaúcho – bin Laden não usa pente de metralhadora na boca -, George Bush – a caricatura feita por Stegun já esgotara todas as possibilidades efebêienses-, Fidel Castro – hesitação, por não saber se colocavam um charuto ou uma banana de dinamite na boca -, Ariel Sharon – as granadas, no lugar dos olhos, até que caíram bem, mas o troço foi rejeitado por causa do sensual nariz de míssel -, Stephen Hawking – tempo perdido -, Bento XVI – o olhar não combinou com as orelhas -, Elvis Presley – avacalhação demais, mesmo pro FBI -, Oscar Niemeyer – o sobrolho ficou muito estranho -, Mahmoud Ahmanejad – a coisa melhorou, mas ainda longe andava da perfeição, quando...

O desespero começara a atacar o grupo reunido para a criação de besteiras durante o expediente, quando entrou no recinto um recém-promovido assistente da diretoria do Departamento de Desenvolvimento de Sistemas de Tecnologia da Informação, figura que é uma caricatura, sem tirar nem pôr, que mistura as caras de Tom Hanks e do ultracanastrão Tom Cruise. Note que vendo o peixe conforme comprado de um espião da CIA, infiltrado no monitor em que as imagens vinham sendo cristalizadas. O sagaz representante da CIA, agência de segurança do Tio Sam especializada em atividades de contra-informação e golpes de estado em países que falem inglês pior do que os norte-americanos, enfim, o ispai da CIA revelou em relatório secreto paca como os homens do FBI se decidiram por bin Laden. O neo vociferou, no meio do salão: pombas, eu desesperado para fazer um retrato falado atual do homem mais procurado do planeta e vocês aí brincando com essa titica! Um dos melhores detetives da equipe girou o pescoço de nelore, acompanhado pela cabeça idem da raça, e perguntou: pode-se saber o nome do bandido? Bin Laden, sua besta, descarregou o neoassistente, abrindo em seguida uma pasta de onde retirou o fruto da manipulação com a foto do Gaspar, que passou a circular na rede. Pronto, deu cu-de-boi no FBI.

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Monday 8 February 2010

CONVERSA DE MATILHA

- Ela é meio estabanada.
- Meio?
- Biju tem razão, não foi só uma nem duas vezes que voltou das correrias, sem sentido, mancando de pedir muletas.
- O que pensa nossa mãe da recém-vinda?
- Com esse olhar por baixo da franja, aposto que pergunta de onde chegou esse desmantelo sobre patas.
- Sabe, Dadá, por falar em patas, eu analiso a figura pelas pernas visivelmente desproporcionais ao corpo, onde já se viu tal coisa entre Canis familiaris.
- Impenetráveis são os caminhos do Senhor, Glória.
- Na origem da espécie deve ter ocorrido algum desvio nas proporções.
- Coisa da idade, quem sabe? Nós, cockers, graças a Deus somos normais desde pequenas, com patas e corpo equilibrados, perfeitos.
- Eu adoro os galgos, um projeto esquisito, decerto, mas balanceado.
- Cá entre nós, minha paixão é o fila brasileiro.
- Nem quero imaginar, Biju, o assombro que sairia do cruzamento entre um fila e você, sua nanica encrenqueira.
- Mãe, me segura que vou ter um troço e bater nessa Glória.
- Filha, a Gló tem razão, cada macaca no seu galho.
- Às vezes fico com pena dela.
- De quem, mamãe?
- Dessa Panda. Muito medrosa, esconde-se por baixo da mesa como fugisse de novo abandono. Ainda não percebeu que a acolhemos, malgrado as diferenças, com amor.
- A mãe tem razão.
- Traumas, filhas, que porventura carregue a indigitada por toda a vida. Querem melhor exemplo do que o da Bela, que foge de vassoura como Drácula da cruz.
- Palmas para dona Maribel, por anunciar ao mundo minhas fraquezas.
- Só não vê quem não pode.
- Acho melhor mudar de assunto. Uma curiosidade feminina, amigas, por que será que a batizaram de Panda, que é um bicho tão bonito, tão grandalhão quanto fofo, quando ela é magrela, pernaltuda, deselegante?
- Com certeza pela pintura na cara, com aquela faixa que sobe, desde os buracos negros do focinho, e avança derramando-se feito nuvem sobre o pescoço e o peito.
- Dadá não mencionou um detalhe fundamental.
- Qual que a esquecida aqui pulou, au, au, au?
- Aquelas redomas escuras que emolduram os olhos e mais parecem olheiras de quem passa a noite latindo para o nada.
- Au, Bela, você poderia ter acrescentado como remate as orelhas, cujas não sabem se eriçam ou ficam como birutas ao vento.
- A coitada tem tentado imitar o estilo do meu orelhame, o que a torna ainda mais patética, com uma aba levantada e outra murcha.
- Ouçamos o que tem a dizer a tal. Fala alguma coisa, Panda!
- Eu estou muito feliz, junto com vocês todas, podem latir o quanto quiserem.

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Tuesday 2 February 2010

TRATAMENTO NATURAL

Gostou do médico recomendado por uma tia e uma sobrinha que, uma vez por semana, com ele iam ao cinema. Retorno ao que interessa, ao médico, um sujeito à moda antiga. Cabelos? Desgrenhados feito uma touceira de capim-gordura, carente de pente matinal, planta que, se você não conhece, não faz diferença, desde que use a imaginação que possui. Bom, ao médico. Testa? Semelhante a uma caixinha de sabonete daquelas que o neto insiste em dar no aniversário pra vovó, que olha para a ninharia, a ser acrescida à coleção que possui no banheiro, e diz: nossa, querido, como você adivinhou que eu estava precisando? Olhos? Esquisitas jabuticabas, raquíticas, boiando dentro de uma armação retangular. Nariz? Puro sherlockiano, farejando as doenças como um perdigueiro querendo mostrar serviço. Boca? Três linhas finas que, distanciadas, exibem dentes descomunais, incompatíveis com o resto do desenho. Queixo? Um bumerangue sem retorno. Enfim, um especialista que inspira tanta confiança que o faz pensar: esse é dos bons. E era.

- Tire a roupa.
- Doutor, sou uma pessoa muito tímida.
- Está bem, apenas a calça e a cueca.
- Mas...
- Veio fazer uma consulta ou uma exibição dos seus recalques?
- Acontece que desconfio de que meu problema está na cabeça.
- Se assim é, pode vestir a roupa.
- Doutor, eu ainda não a tirei.
- Ótimo, não perderemos tempo. Quais os sintomas?
- Há noites em que não consigo dormir.
- Na cama?
- Exatamente.
- Já tentou rede?
- As paredes do meu apartamento são em ‘drywall’, não aguentam ganchos.
- Por que você não se muda para um mais antigo, sólido, ou uma casa construída no século passado. Em geral, mais baratos e confortáveis, são imóveis que, com uma boa reforma, ficam bacanas pra chuchu.
- Idéias a ser levadas em conta.
- Estas noites maldormidas, horríveis, suponho, coincidem com sua permanência diante da tevê por mais de 10 segundos?
- Eu não vejo televisão.
- Filmes de James Cameron ou Clint Eastwood?
- Jamais.
- Costuma ler jornais antes de tentar nanar?
- Às vezes, folheio alguma revista semanal.
- O problema talvez resida aí.
- Doutor, tais revistas só saem nos finais de semana, enquanto a minha insônia não obedece igual rotina. Entende?
- Perfeitamente.
- O que costuma ingerir antes de se dirigir ao leito?
- Tomo uma xícara de ‘chai masala’, com leite, 100% orgânico.
- Adoçado?
- Com cinco gotas.
- Prescritas por algum médico?
- Sempre achei que, para usar adoçante, a exemplo do açúcar, não houvesse necessidade de pagar consulta.
- Isto porque nunca se deu ao trabalho de ler o rótulo grudado na parede interna do recipiente, onde se encontra a exigência, entre outras coisas importantes. Algo mais, além do chazinho?
- Nada.
- Ao deitar, tem o hábito de ouvir algum tipo de programa jornalístico, futebolístico, religioso ou de música caipira no radinho de pilha?
- Nunca!
- Mesmo assim, não consegue dormir?
- Por isso, estou aqui.
- Dorme sozinho?
- Dormiria com Deus, se conseguisse..
- Tem medo de morrer nos braços de Morfeu?
- Nem em sonho.
- Bom, seu caso é grave, embora, estou convicto, passível de cura.
- Fico feliz, ao ouvi-lo, doutor. O medicamente é genérico?
- Alguém falou em remédio?
- Eu.
- Quando deveria permanecer calado.
- Perdão.
- Você sabe contar até quanto?
- Como?
- Tabuada, conhece?
- Ah! Sim.
- Casos como o seu eu resolvo prescrevendo carneirinhos. Ao deitar, o senhor vai contar até 1413 carneirinhos, 329 dos quais pretinhos, pulando uma cerca vermelha, de 80 centímetros de altura, a intervalos regulares de 4 segundos.
- Mas, isso é impossível! Doutor, não pode ser um animal maior?
- Qual a sua sugestão?
- Sei lá, baleias.
- 1413 baleias, pulando cerca? Você deve estar brincando.
- Tem razão, vai ver nem existem tantas nos mares.
- Bom, meu caro, chega: carneirinhos ou não me responsabilizo.
- Carneirinhos, capitulo.
- Muito bem, acerte com a secretária e marque o retorno para daqui a 30 dias.
- Só isso, doutor?
- Um momento, devolva-me a receita, para uma observação final: nada de carneirinhos clonados, o tratamento deve ser rigorosamente natural. Passe bem.

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