NOCAUTE

Tuesday 27 April 2010

DOUTOR CIRO E MISTER GOMES

O Ministério da Agricultura já identificou o problema: deu praga nas plantações de abobrinha em Sobral e Ciro Gomes resolveu retornar e plantar em Pindamonhangaba. Depois de convencer Lula Picilóvi de que seu produto teria mais aceitação do que o Chuchu, doutor Ciro viu seu negócio murchar quando as pesquisas do Ih!Bofe – Instituto de Levantamentos Serôdios – demonstraram que os ventos Mercadantes sopravam noutra direção. Só então doutor Ciro resolveu revelar o mister Gomes que nele habita, acendendo o pavio curto que lhe coroa o plano superior. A mais recente, não a última, labareda lançada por mister Gomes, sobre nós, classificou o PMDB como ‘um ajuntamento de assaltantes, comandado por Michel Temer’. Ao estilo incendiário decerto faltou precisão ou sua memória anda meio curta, uma vez que o coletivo, quadrilha, seria o correto. Encostado na parede, para esclarecer se Michel Temer é o chefe dos assaltantes, mister Gomes engoliu um pouco da própria saliva e voltou a ser doutor Ciro, oferecendo ao estimado público uma receita de abobrinha por ele inventada com a experiência adquirida, nos vários partidos, que marcam sua vida política: duas fatias de abacaxi PDS, três colheres de chá de pepino PMDB ralado, uma xícara de manteiga PSDB, duas pitadas de cominho PPS moído na feira livre e, finalmente, sal PSB conforme o gosto da freguesia.


Interlúdio



E por pensar em coisa que não cheira bem, nesta manhã de terça-feira a repórter de uma rádio paulistana, com voz meio aérea, voava de helicóptero para orientar os choferes e feras paulistanas a fugir dos congestionamentos. Sentada ao lado do comandante, eis que de repente a moça sentiu a coisa entrar pelas narinas e protestou, dizendo que o cheiro do Pinheiros atingia as alturas do seu voo. Talvez seja a resposta do rio ao barulho infernal produzido pela máquina voadora em que ela tenta, como uma Mulher Gato, ajudar o atual prefeito de nossa Gotham City na missão impossível de explicar para que servem as rodas dos veículos.


Interlúdio


E por falar em trânsito, nada custa lembrar dos efeitos colaterais provocados pelo fato de que São Paulo já pode parar. A Fernão Dias, aquela que serviu em campanhas ao atual governador, aquela cujas verbas sempre finavam algum tempo depois de iniciadas as obras de duplicação, aquela que um ano e meio depois de duplicada já estava toda esburacada no trecho paulista, pois bem, a Fernão Dias parou, pois a pista afundou. Diz-se, à boquinha, que as empreiteiras injetaram tanto concreto de primeira qualidade que a estrutura não suportou o peso. Resultado: pra visitar Aécio Neves, tem-se que dar uma volta dos diabos, numa estradinha que Deus nos livre, no meio da mata da Cantareira. Enfim, a rodovia, como Sampa, parou. Igualmente paradão ficará o tal Rodoanel sobre a represa Billings, quando os ventos soprarem acima de 50 quilômetros. Entre 26 e 50, os corajosos e osas passarão sobre a ponte conduzidos em comboio, sem pressa. The end.

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