NOCAUTE

Wednesday 23 June 2010

TORCEDOR PEDE NOVAS REGRAS

No calor da refrega, nos tempos em que nosso Torcedor Especializado, o TE, batia uma bolinha pelo Estrelinha, no barro catendense, era normal matar a bola no braço, fazê-la escorrer pro bico da chanca e estufar a rede. Normal porque não existia rede nem juiz, nas peladas, mesmo assim, terminada a partida, o autor jamais admitia ter feito o gol com a ajuda do membro superior. Desde então, as coisas evoluíram e aquilo que causava vergonha virou motivo de galhofa, conforme se viu na entrevista com o jogador Luis Fabiano, depois do jogo entre as seleções do Brasil e Costa do Marfim. O Torcedor Especializado até que gostou do desempenho da rapaziada do Dunga, mas, em entrevista exclusiva n’A Prensa (www.a-prensa.blogspot.com) , mostra-se um tanto desconfortável, como dizem os norte-americanos, com a caradura do rapaz.


P – Gostou do jogo?
R – Nalguns momentos, fez-me esquecer d’algumas partidas horríveis que tenho visto nesta Copa do Mundo.
P – O gol do Luis Fabiano, como ele modestamente classificou, foi uma pintura, não?
R – Realmente, embora com a mãozinha do juiz. Aliás, deve ter sido algo inédito em Copas o sorriso do árbitro francês, Stephane Lannoy, quando, em vez de a esconder, confirmou a sujeira com o próprio atacante.
P – O jogador declarou que seria uma pena o juiz marcar o toque e anular um gol que lhe saiu como uma pincelada em tela...
R – Trata-se de nossa velha e conhecida malandragem do rouba, mas faz.
P – Maradona, em 86, também reconheceu que usou a cabeça e a mão de Deus...
R – Em religião não meto a mão, porém, há diferenças essenciais entre um caso e outro, começando pela evidência de que o Fabiano fez o gol com o pé.
P – Jornalistas especializados não concordam com essa opinião.
R – Torcem e distorcem.
P – A classificação da França deu-se com um gol de mão...
R – Bom, do jeito que anda a carruagem, a FIFA deve estudar mudanças nas regras do futebol, fazendo com que, pelo menos, braço e antebraço passem a valer, afinal, estão tão próximos do peito.
P – No seu entender, só as mãos deveriam mesmo ficar de fora?
R – Uma possibilidade será regrar que o canhoto não pode usar a mão canhota, assim como o destro a direita ou vice-versa, sei lá.
P – Como ficariam as coisas para os ambidestros, ou seja, jogadores que assinam a súmula tanto com uma como com outra?
R – Acho melhor perguntar isso ao técnico Domenech, da França, ele é um intelectual.
P – Ah, é?
R - Sim, um tipo que leva jogador para ver e se inspirar em peças do teatro do absurdo, como Fim de Jogo, do Becket, cuja frase-síntese afirma não haver nada mais divertido do que a infelicidade.
P – E sobre o Dunga, tem algo a dizer?
R – Mesmo que não venha a ser campeão, já entrou pra história do futebol, ao comprar briga com a Rede Globo e com o próprio chefe, Ricardo Teixeira. Golaço!

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