NOCAUTE

Friday 14 January 2011

O TAMANHO DO BURACO

- Há alguma coisa estranha com aquela nuvem, não achas?
- O desenho é, realmente, meio esquisito.
- Eu diria que parece um elefante.
- Eu diria que parece uma tromba.
- Se tens razão, vamos rezar pro paquiderme não cair.

***
- Tem chovido muito por aí?
- Nunca vi tanta água na minha vida. E aí?
- Nunca vi tanta água na minha vida.
- É gaia.
- É o quê?
- Gaia.
- O que diabo é isso?
- Sei lá, ouvi uma dona dizer que era essa coisa, na tevê.
- E acreditou, sem saber o que significa?
- Peguei o trem na rabeira, ela deve ter explicado no começo, transmitia confiança.
- Bom, então, por enquanto, fica como gaia.
- Combinado.
- Mas, cuidado, no Nordeste gaia é outra coisa.
- Você, sempre usando a cabeça, hein?
- Antenado, meu caro, antenado.

***

- Tenho sonhado com trovões, relâmpagos, muita chuva e enchentes.
- Trovão significa abertura de comportas. Relâmpago, fuga. Chuva, água.
- E enchentes?
- Como você é burro!
- Pulha!
- Repita, se for macho.
- Pulha!
- Minhas dúvidas, quanto a sua masculinidade, estão dirimidas.

***

- Estamos sendo vítimas do buraco na camada de ozônio.
- É uma hipótese?
- Uma tese.
- As bases?
- As chuvas desmesuradas.
- Não poderiam resultar da nossa contribuição para o tal efeito estufa?
- Colabora, mas vou provar que o problema está no tamanho do buraco.

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